O Barcelona devia ter ponderado vender Messi, se decidiu contratar Neymar. É a opinião de Johan Cruijff, antigo jogador e treinador dos catalães, para quem a convivência dos dois no plantel é um risco.
O holandês fala em entrevista à «Marca» e começa por responder a uma pergunta sobre se o elevado valor que o negócio rendeu para a família de Neymar não pode criar ciúmes no balneário. «É algo que agora não se sabe se acontecerá, mas pode acontecer. É como os livres. Neymar bate-os muito bem. E Messi demonstrou-o no Barcelona. A partir de agora, quem vai marcá-los?», questiona, para depois ir mais longe na questão: «Ou que Neymar seja Nike e o Leo seja Adidas. São situações que podem criar problemas e eu fui sempre partidário de evitar as situações que podem derivar em conflito.»
E então, para evitar conflitos, trazendo Neymar devia-se vender Messi? «Com Neymar contratado, eu teria ponderado a possibilidade de vender Messi e é algo com que alguns estariam de acordo e outros não», conclui.
Quando lhe recordam que já houve conflitos com jogadores como Ibrahimovic, Villa ou Etoo, Cruijff tem uma resposta curiosa: «Posto assim, parece que Messi é um ditador. Quando tens possibilidade de ser o melhor em cada jogo tens de ser um pouco ditador, porque não está em causa apenas a equupa, mas também o primeiro lugar e o seu prestígio. Nesse sentido a pressão sobre Messi é enorme.»
Por fim, também questiona o Barcelona pela forma como saiu Abidal. «Os valores humanos são importantes e para um clube como o Barcelona, que está há tantos anos com a Unicef, é uma má jogada. Abidal tinha todo o plantel com ele», diz.