Matheus desperta o sonho

O jogo está chato, falta emoção e apetece-lhe ir embora? Aguarde pelo Matheus! Este poderia ser um slogan perfeito para o avançado minhoto, capaz do melhor e do pior, mas, sempre, um dos rostos das gloriosas noites do Sp. Braga. Longe de estar a fazer um jogo sublime, subiu ao estrelato em dez minutos mágicos. Se no primeiro momento, o passe de Elton foi meio golo, no segundo todo o mérito para o brasileiro. Arrancada impressionante que começou no meio campo defensivo e só terminou a festejar junto à linha do fundo. Pelo meio, alguns defesas do Arsenal atarantados e um remate fulminante sem hipóteses para Fabianski.

Rodríguez, o patrão

Bendtner ainda procura o melhor ritmo competitivo, é certo, mas Rodriguez não lhe deu qualquer hipótese de brilhar esta noite. Muito forte nas antecipações, conseguiu ainda, muitas vezes, ser o primeiro elemento do Sp. Braga a colocar a bola jogável no ataque. Cometeu um pecado, mas foi absolvido por Viktor Kassai: a falta sobre Vela, no último quarto-de-hora, era mesmo para penalty. Ainda assim, é um valor seguro do plantel e provou-o esta noite.

Lima, só faltou coragem

Não fosse a ponta final de Matheus e levaria o rótulo de melhor do ataque bracarense. Pecou apenas por não arriscar mais vezes no remate. O seu pé direito já fez estragos em muitos rivais, que o digam Sevilha, F.C. Porto ou Partizan, mas, esta noite, só por uma vez, no primeiro tempo, tentou alvejar a baliza. Travou uma luta muito dura com os centrais londrinos, mas consegue sair com nota positiva.

Miguel Garcia, a remissão

Previa-se que Sílvio voltasse à titularidade esta noite, mas Domingos manteve a aposta em Miguel Garcia, o homem do azar em Guimarães. Redimiu-se com uma exibição segura. Teve Rosicky muitas vezes no seu raio de acção e, não sendo um jogador muito rápido, o checo tem técnica suficiente para provocar calafrios. Mas o lateral português deu boa conta do recado, esteve bem a dobrar os centrais e, apenas, não atacou. Com um adversário deste calibre, é compreensível.

Elton, em boa hora

A temporada não está a ser brilhante, mas conseguiu desbloquear o jogo esta noite, com uma brilhante assistência para Matheus. Já é suficiente para merecer mais oportunidades.

Fabregas, classe a meio gás

Havia a dúvida se Wenger poderia prescindir do seu capitão no onze inicial, mas o francês não arriscou. Ter Fabregas em campo é meio caminho andado para criar um lance de perigo, para aguentar a pressão do rival, para ver nascer um lance de génio. O espanhol esteve longe das suas melhores noites. A meio gás, talvez, porque não havia necessidade de forçar muito. Mas a classe de jogadores como Fabregas sente-se até em noites menos inspiradas.

Wilshere, a emergir

O plantel do Arsenal está recheado de pequenos diamantes para lapidar. Atenção a este jovem inglês que ameaça, num par de anos, tornar-se uma referência do futebol internacional. Grande pulmão e grande jogo em Braga.