A consagração de uma temporada idílica. Na tarde deste domingo, o Benfica conquistou a Taça de Portugal, selando o pleno de títulos. No Jamor, diante do Racing Power (4-1), as águias arrecadaram, pela segunda vez, a Prova Rainha. A estreia aconteceu em 2019.

Perante mais de 18 mil adeptos – recorde numa final – foi a turma de João Marques que começou por assumir a iniciativa ofensiva. Como tal, Jennifer Vetter somou oportunidades únicas. Ao sexto minuto, a avançada foi incapaz de capitalizar uma «oferta» de Ucheibe, errática na área. Ainda assim, na cara do golo, Vetter foi travada por Pauels, que desviou por cima da barra.

Pouco depois, aos 14m, a guardiã do Benfica nada poderia fazer face a novo remate de Vetter. Todavia, no coração da área, a norte-americana atirou ligeiramente ao lado do poste direito.

E como não há duas sem três, Vanessa Marques reforçou as ameaças do Racing Power, desta feita na sequência de um canto. Mas, o cabeceamento foi desviado por Pauels.

Na resposta, aos 25m, o Benfica inaugurou o marcador. Na primeira oportunidade, Alidou elevou a festa no Estádio Nacional. Num contra-ataque implacável, Kika Nazareth lançou a corrida de Andreia Faria, pela direita. Na área, e perante Bihina, a internacional portuguesa encontrou Alidou no coração da área.

Na frente da final, as águias procuraram controlar o ritmo até ao intervalo. Porém, o Racing encontrou espaço para responder. Assim, aos 41m, e na sequência de novo canto, Gerda Konst cabeceou para repor a igualdade.

Na pausa, havia expectativa para verificar se o Racing Power manteria a coesão defensiva e a fluidez na frente. Em simultâneo, os adeptos do Benfica esperavam uma equipa revigorada, determinada a neutralizar as adversárias. Até porque para sustos valeu a última jornada da Liga.

Reveja, aqui, a história desta final.

Segunda parte díspar

A etapa complementar foi, em tudo, diferente do filme visto até ao intervalo. O Racing Power desapareceu, enquanto as campeãs nacionais «estacionaram» junto à área de Bihina.

Em cima da hora de jogo, de penálti, Carole Costa deu vantagem ao Benfica. Num momento de «Dejà vu», a internacional portuguesa voltou a vestir a capa de heroína, tal como há uma semana, quando bisou para selar a conquista da Liga.

Foi o mote para sentenciar a final. Nove minutos volvidos, Lúcia Alves agradeceu a assistência de Kika Nazareth para assinar o 3-1. Nos festejos, apontou para o céu, dedicou o golo à avó e deixou as lágrimas escorrerem. Foi o momento principal desta tarde.

Uma vez que o Racing Power nunca se reencontrou, as comandadas de Filipa Patão aproveitaram para lançar inúmeros contra-ataques. Aos 90+5m, Kika Nazareth inscreveu o nome entre as goleadoras. Sempre importante na transição ofensiva, a média recebeu o passe da jovem Lara Martins e encerrou a contagem (4-1).

Benfica assina feito histórico

Na tarde em que Filipa Patão, de 35 anos, conquistou a primeira Taça de Portugal enquanto treinadora, o Benfica selou novo capítulo histórico. Depois de conquistarem a Liga, Taça da Liga e Supertaça, as águias confirmaram o pleno, um marco inédito. Um novo patamar no futebol nacional.

Além disso, as tetracampeãs atingiram os quartos de final da Liga dos Campeões. Saíram de prova às mãos do Lyon, que no próximo fim de semana disputará a final, ante o Barcelona. Importa recordar que, na fase de grupos, as águias empataram na receção às catalãs (4-4).

O Benfica continua a dar o mote para o futuro do futebol feminino em Portugal.